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Todo grupo tem sempre aquela pessoa que resolve contrariar e
levar uma vida considerada fora do padrão. Mas quem é visto como diferente em um
determinado grupo ou momento vai ser necessariamente assim a vida toda? Ou todos
nós podemos ser ovelha negra dependendo do rebanho?
Ser fora do padrão, na escola, no trabalho ou mesmo na
família, é desalinhar dessas pessoas e parecer estar fora do lugar de onde
deveria estar. Mas isso não quer dizer que se você é assim com um determinado
grupo ou situação da sua vida, que vá ser em todos. Todos nós, todos mesmo, em
algum momento, temos um desencaixe.
O problema é que ser diferente soa ruim, o “diferente”
carrega um peso grande nas costas e paga um preço alto demais. E a expressão
ovelha negra pegou carona nisso e é utilizada, na maioria das vezes, no sentido
negativo. Tudo isso porque como conta a história, os pastores preferiam as
ovelhas brancas pelo maior valor de mercado (já que a lã branca podia ser
tingida), e as negras geralmente não acompanhavam o rebanho.
Acontece assim com a gente, como se isso fosse ruim. Mas não é.
Ainda bem que existem e sempre existiram as ovelhas negras. Já pensou em
quantas coisas que temos hoje poderíamos não ter se algumas pessoas
acompanhassem sempre o rebanho e não seguisse o seu próprio caminho? Pois é!
Ovelhas negras também são desbravadoras, questionam o status quo, e claro, incomodam o tradicional.
No fundo é só uma questão de ponto de vista. Ser ovelha negra
não quer dizer que você é alheio, apenas está fora do convencional que esperam
de você. Porque a sociedade coloca um padrão que deve ser o “normal” e se você
estiver fora, você é diferente, é a ovelha negra. Aí isso é considerado ruim e
você vira alvo. Mas as pessoas se esquecem que a lã que nos caracteriza como
únicos não pode ser tingida.
Em rebanhos estamos imersos sempre. E há uma seleção natural em
que surgem ovelhas diferentes, que não se deixam tingir, nem deixam que limitem
suas escolhas. Como já dizia Rita Lee: “Não adianta chamar quando alguém está
perdido procurando se encontrar”. Porque às vezes é isso, a pessoa quer se
perder para se encontrar. A pessoa que é ovelha negra só quer a sua liberdade
de não pertencer ao trajeto de certos rebanhos, para a infelicidade de alguns
pastores. Seria bom se todos parassem de
se preocupar em discutir a cor da lã e o seu valor, e focassem nos dons
inerentes a cada ovelha. E sinceramente? Antes ovelha negra...do que uma vaca qualquer!