Apertem os cintos, que estamos passando por uma zona de
instabilidade! E aí você aperta tudo por dentro, tenta respirar, mas te falta o
ar. Tenta segurar firme, mas te falta o chão. Turbulência, querida, você está
aí?! E nem é de avião que eu estou falando...
Quem nunca se sentiu assim, instável e fora da zona de
conforto? É quando a turbulência acontece, quando ela passa por nossas vidas. Às vezes até pode rolar um aviso de que você
vai entrar em tempos turbulentos. Mas em muitos casos, já está tudo balançando
e você nem sabe porquê.
É um tanto quanto difícil lidar com essa inconstância, porque
temos tendência a gostar da inércia, ou da velocidade constante. Ou seja, de
nada que precise balançar e nos fazer colocar o cinto naquele momento em que
estamos relaxando e quase dormindo, sabe?! É mais cômodo. É mais tranquilo.
Mas todos nós enfrentamos situações adversas e momentos de
turbulência, porém o que faz diferença é justamente a forma como escolhemos
passar por essas experiências. E mais, o que fazemos com isso depois que tudo
volta ao “normal”. Porque gente, dá pra voltar ao normal? Dá pra ser a mesma
pessoa depois de uma chacoalhada da vida?
É que eu costumo dizer, o caos sempre ensina, o caos sempre
transforma algo na gente, ou pelo menos aprimora. Eu acho mesmo que dá pra ter
paz num momento turbulento. Acho que o segredo talvez seja deixar fluir a
essência daquilo que somos em meio à turbulência que nos cerca. E o principal:
deixar que a turbulência seja só por fora mesmo, só na aeronave, deixa que o
piloto controla. A turbulência não pode é chegar dentro da gente.
Uma vez ouvi alguém dizer que o maior perigo em tempos
turbulentos não é a turbulência em si, mas agir com a lógica do passado. Agir
como se a turbulência não causasse aquele frio na barriga, não abalasse as
estruturas, porque ela precisa abalar, mexer a gente, essa emoção faz parte pra
alçar voo e pousar em segurança. É o tipo da coisa: e se der turbulência, vai
com turbulência mesmo.
E quando não são turbulências, mas são pessoas turbulentas
que resolvem aparecer no meio da viagem, aí pode pedir para cair a máscara de oxigênio,
respira fundo, e vai. A parte boa é que depois de toda turbulência vem a
calmaria...